FAVELA – BAIRRO:
CONSTRUINDO SONHOS
A cidade do Rio de janeiro enfrenta em seu cotidiano diversos problemas no
cenário urbano, como ocupações irregulares, ausência de padrões de qualidade de
vida e a carência de serviços de infraestrutura básica, entretanto esses
problemas são comuns a várias metrópoles.
Na capital fluminense, as primeiras favelas começaram a surgir no início do
século passado. Após a abolição da escravatura diversas famílias de
ex-escravos, não tendo para onde ir começaram a ocupação de áreas de reserva da
mata atlântica. Comprometendo seriamente o ambiente natural, Entretanto foi
durante a década de 70 e 80 que essas comunidades começaram a crescer mais rápido
e desordenadamente.
Durante todo esse tempo houve muito descaso do governo e isso reflete até hoje
nas condições de infraestrutura das favelas cariocas. A consequência disso é a
falta de condição de moradia digna para muitos moradores. Podemos ver uma vasta
quantidade de casas e barracos dispostos em áreas determinadas como de risco
pela Defesa Civil, ausência da companhia de tratamento de águas e esgotos,
coleta de lixos.
Hoje, existe na cidade do Rio de Janeiro um programa de revitalização de
favelas, chamado de Favela-Bairro pela prefeitura da cidade. O Favela-Bairro é justamente uma
resposta das experiências sociais, urbanísticas e econômicas da cidade do Rio
de Janeiro. É um projeto cujo objetivo é a
integração urbanística e social. Segundo
Sérgio Magalhães: A partir do final
dos anos 60, ocorreu a primeira experimentação no bairrro Brás de Pina que
demonstrou a viabilidade à urbanização de uma favela. Depois nos anos 80, as
políticas públicas foram mesmo enfáticas na questão da remoção e houve uma
certa proteção para que as famílias pudessem continuar investindo em suas
moradias. Isso foi o substrato que deu chance para que no começo dos anos 90 a
prefeitura do Rio de Janeiro formulasse a política habitacional que concebeu o
programa Favela-Bairro. Nesse projeto os
técnicos da prefeitura contam com a participação dos moradores e dos líderes
comunitários para fazerem o levantamento do espaço geográfico das favelas.
Morar bem é ter diginidade para viver, portanto, as políticas habitacionais
devem ser focadas não somente em retirar famílias de locais desprovidos, mas
devem oferecer toda infraestrutura como habitação, saúde, educação e
transporte. O Programa Favela-Bairro avançou na incorporação da idéia de que a
qualidade do habitat humano é uma necessidade básica. O Programa Favela-Bairro
vem permitindo a identificação dos problemas mais graves da população local, e
construindo com ela soluções viáveis dentro da comunidade.
REFERÊNCIAS:
http://www.armazemdedados.rio.rj.gov.br/arquivos/64_o%20rio%20de%20janeiro%20e%20o%20favela-bairro.PDF
Acesso em: 10 de abr. de 2012.
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/05.018/3328
Acesso em: 10 de abr. de 2012.
Santa Teresa e as torres
gêmeas
É possível
depararmos com diversos moradores de rua no bairro Santa Teresa, o que não se
difere das demais partes da cidade. Entretanto o que mais chamou minha atenção
nesse mesmo bairro foi os dois prédios localizados nas redondezas do metrô.
Apelidados de Torres Gêmeas, esses dois edifícios, esquecidos pela prefeitura
são um dos principais ícones do descaso do poder público na cidade de Belo
Horizonte.
Quem passa
nas proximidades onde estão localizados os prédios pode observar como é
precária a situação de todos que ali residem. Sem nenhuma infraestrutura básica
como energia elétrica, tratamento de águas e esgoto. Todos esses fatores
contribuem para o aumento da violência naquele bairro, pois juntamente com
todas as famílias que ali se estabeleceram, incluem os traficantes de drogas.
Obviamente
as famílias que habitam os prédios, não possuem acesso à renda e moradia digna,
e por isso, tornam-se marginalizadas e discriminadas em seu convívio social.
Eles se sentem inferiorizados, perdem a autoestima e a crença nas autoridades
públicas, de tanto esperar por alguma assistência do governo.
O direito à
moradia é um direito social e cabe ao Estado efetivá-lo, promovendo políticas
de proteção desse direito. No entanto, se, desde o início da ocupação dos
prédios a prefeitura de Belo Horizonte interviesse com algum planejamento
habitacional e social não chegaria a esse ponto. Todavia, é imprescindível que
todos se conscientizem de que isso não é um problema somente do governo, mas
também de responsabilidade de toda sociedade.
Direito à moradia uma das
expressões máximas do liberalismo
Conforme o
que diz a nossa Constituição no artigo 6º, nós possuímos como fundamental o
direito à moradia, que é um direito fundamental. Essencial para termos uma vida
digna.
O Direito à
moradia é uma das expressões máximas do liberalismo, uma das garantias do
Estado Moderno, ao lado da liberdade e da igualdade perante a lei. A idéia
liberal da propriedade vem do pensamento de John Locke.
Sabe-se que,
no Brasil famílias de baixa renda, por não terem para onde ir acabam ocupando
áreas de proteção ambiental e de empresas que a deixam em desuso. Não podemos
olhar para esses acontecimentos e fingirmos que nada acontece. Daí a grande
necessidade do poder público e da sociedade atentar para esse problema social.
O poder
público, por diversas vezes em descumprimento com a função social da
propriedade, previsto na Constituição da República, trata desses casos por meio
da força. O despejo quando não estamos falando de áreas de proteção ambiental
ou de risco, não deveria ser a solução, e nem tampouco caso de polícia.
Aqui mesmo
em Belo Horizonte, há registros de que em Abril de 2009, iniciou-se a ocupação
de uma área de 400 m², no bairro Céu Azul. Desabrigados ocuparam o terreno que
estava abandonado há cerca de 40 anos. Em consequência disso, no final do ano
passado, o Governo de Minas expediu um mandado de despejo no processo de
reintegração de posse.
Será essa a
postura mais correta? Pois, o mesmo terreno estava abandonado durante anos.
Tempo suficiente para investirem em projetos habitacionais ou até mesmo em
escolas e hospitais.
TAQUARIL, BAIRRO OU
PROBLEMA SOCIAL?
Um dos
maiores aglomerados da capital mineira o bairro Taquaril, carrega em sua
história um grande problema social, tratando-se de infraestrutura.
Inicialmente, o bairro foi projetado para ser um lugar de grandes moradias, com
residências bem estruturadas e voltadas para moradores de renda média. Isso pode
ser visto em algumas regiões mais antigas do bairro, onde o asfalto inicial
ainda permanece praticamente intacto e a rede de esgoto parece inalterada, por
sua tamanha qualidade. Entretanto, após um projeto desorganizado e precipitado
de urbanização, o Vereador Sérgio Ferrara, distribuiu a algumas famílias de
baixa renda, lotes para as mesmas estabelecerem ali suas moradias.
Dessa
forma desencadeou um grande processo de ocupação no Taquaril. Além disso, não
possuía estrutura adequada para receber um demasiado volume de novas famílias.
Ao término do processo de distribuição dos lotes disponibilizados
pelo programa de moradia, as famílias que continuavam a chegar ao bairro
tomavam posse de alguns lotes de terra, até então desocupados. Isso reflete até
hoje nas condições básicas do bairro, onde podemos ver uma vasta quantidade de
casas e barracos dispostos em áreas determinadas como de risco pela Defesa
Civil, por localizarem-se em regiões de encostas suscetíveis a desmoronamentos,
principalmente nos dias chuvosos.
Outra
consequência de grande impacto atualmente é a falta de condição de moradia
digna para muitos moradores em diversas regiões do bairro, com a ausência da
companhia de águas e tratamento de esgotos e a imensa dificuldade na coleta de
lixo devido à impossibilidade de trânsito dos caminhões em alguns locais de
difícil acesso.
Novos
programas na área de habitação foram propostos pela Prefeitura de Belo
Horizonte, todavia, já existem obras em andamento e, até mesmo, prédios
concluídos e habitados. O objetivo desses programas é retirar moradores de
áreas de risco e alocá-los nos prédios comunitários construídos nas
proximidades do mesmo bairro.
Por todos
esses aspectos que as melhorias para todos moradores dessa comunidade, só
surgirão quando for realmente posto em prática o que diz o art. 6º da nossa
constituição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário